Em minha vida nunca imaginei que alguém fosse fazer um pedido de prisão para mim, me acusando de ser chefe de uma organização criminosa. Já vi todo tipo de combate, mas esse me chocou.
“(quando tomou conhecimento) Imediatamente fui comprar uma nova passagem e voltei no primeiro voo para o Brasil. Comuniquei à Polícia Federal a minha passagem. Jamais passaria por minha cabeça não voltar, não faria sentido.
“Esse assassinato de reputação vem sendo feito desde o início do ano (…) Imagina eu fugir! Por que e para onde?
“Eu considero essa prisão, como algumas outras que estão acontecendo no Brasil, completamente arbitrárias. Não é possível que prisão preventiva se torne um método de interrogatório. Por que não chamaram antes para perguntar? Eu daria as respostas (…) É algo terrível.
“Houve uma perseguição aos melhores quadros que o governo (João Azevedo) tinha.
“Se forçou uma barra para o espetáculo de me ver preso, para isso ter algum efeito possivelmente nos debates políticos.
“O que existe concretamente é um esforço enorme de negar um projeto que mudou este Estado com uma força muito grande (…) Não se podia fazer o que nós fazemos deixando a mesma equação orçamentária que existia antes; os mesmos benefícios que existiam antes. Foi isso o que o Estado assistiu.
“Não há uma crítica à (minha) gestão. Como você teria no Estado uma organização criminosa agindo, sem prejudicar os serviços públicos? Se encontrarem provas reais e concretas contra alguém, que faça o devido processo, que a pessoa vá responder e pague.
“Quando eu assumi (o governo), o Trauma (de JP) tinha 148 leitos e fazia 4 mil cirurgias por ano. Hoje o Trauma tem 331 leitos e faz 17 mil cirurgias anuais.
“Claramente é um áudio truncado, com alterações.
“Não recebo dinheiro de absolutamente ninguém. Não recebo nada que não esteja dentro dos meus vencimentos (…) Meu patrimônio é absolutamente compatível com o que eu ganhei ao longo desses anos. Eu não tenho nenhum deslize.
“Eu lamento pelo sofrimento que elas tiveram (as pessoas que fizeram delação).
“Quem me conhece sabe a forma até mesmo simplória que eu vivo, dos meus hábitos. Não tenho hábitos fora de um cidadão de classe média. Mas existe uma espécie de ódio gerado na política, que é muito forte na Paraíba.
“Eu tenho noção dos riscos que se corre (na política)
“Houve uma proposta para se ajudar a campanha (de 2018). Eu encaminhei para outra pessoa e não sei se houve efetivamente o apoio, porque não é comigo nem nunca foi comigo isso.
“Um detalhe: eu não fui candidato (em 2018). Ou seja, eu não tenho nenhum benefício próprio, absolutamente nada, em tudo isso. As coisas passam como se você tivesse sempre um interesse próprio.
“Márcia Lucena (prefeita da cidade do Conde, que também foi presa) é, sem dúvida nenhuma, a melhor prefeita da Paraíba. Ela é um orgulho!
“Na essência, o que nós estamos atingindo é a continuidade da criminalização da política (…) Se tenta negar tudo que a Paraíba mudou, e é indiscutível a mudança. Imagine se os hospitais não funcionassem!? Fizemos uma revolução na saúde e aumentamos os investimentos.
“Estamos vivendo um processo de caçada violenta a um projeto, a um grupo, a uma família e a uma pessoa.
“Se você tem provas contra alguém, você tem o direito e o dever de denunciar, dentro dos tramites legais; oferecer a oportunidade de defesa e condenar caso as provas sejam concretas. E acabou. É assim a justiça em qualquer parte civilizada do mundo. Mas você não pode fazer abuso de instrumentos, como temos vistos pelo Brasil afora.
“Eu fui o governo mais fiscalizado da história da Paraíba. Eu não podia fazer nada, que tinha sempre algo contra, imediatamente (…) Tivemos choques dentro da normalidade democrática.
“Na UEPB nomeie duas vezes um reitor (Rangel Júnior) que era ostensivamente contra a minha gestão.
“O dinheiro da Paraíba nunca rendeu tanto como nos meus 8 anos (de governo). Como é que querem tachar esse governo de corrupto?
“Peço à Paraíba que, antes de julgar, conheça os fatos (…) Sou uma pessoa correta (…) Você tem aqui uma dúzia de pessoas que vive em função da minha pessoa, me caluniando de manhã, de tarde e de noite.
“Eu não tenho nenhum problema de ser investigado (…) Se tem que se fazer apuração, que se faça. Mas não se tente destruir todo o processo de mudanças positivas que este Estado teve.
“Tem meios de comunicação que não gostam de mim, e têm razão para isso, porque eu tenho outras prioridades e sempre disse isso.
“O que está em jogo é uma tentativa de se destruir toda uma lógica de mudanças que este Estado experimentou, e que agora, infelizmente, está paralisada em função de pessoas que assumiram compromissos de continuar a mudar, mas que não têm a coragem necessária para avançar”.
*Com informações da coluna Aparte, assinada no paraibaonline.com.br pelo jornalista Arimatéa Souza
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